Tributo a Van Gogh: Pelourinho de Avelar

Campo de trigo com corvos - 1890

Retrato do Dr. Gachet - 1890

«O senhor Gachet parece-me ser tão doente e nervoso como tu e eu, e é ainda além disso muito velho. Há alguns anos perdeu a mulher. Mas ele é completamente médico, o seu ofício e a sua crença conservam-no em pé. Nós somos já muito amigos. Trabalho no retrato dele, a cabeça com um boné branco, os cabelos loiros em tons muito claros; a pele das mãos é também muito clara; um casaco azul, o plano de fundo em azul-cobalto. Ele apoia-se a uma mesa vermelha, sobre a qual está um livro amarelo e uma dedaleira com flores púrpuras.» Vincent Van Gogh

Caminho de ciprestes sob o céu estrelado - 1890

«Um céu noturno com uma lua sem intensidade luminosa, o estreito quarto de lua mal saindo da sombra escura da terra - uma estrela com intensidade exagerada de luz, rosa e verde, num céu azul-marinho, no qual deslizam algumas nuvens. Em baixo uma estrada marginada por junco alto, amarelo, atrás os Alpilles azuis e baixos, um velho albergue com janelas iluminadas em laranja e um cipreste muito alto, muito direito, muito escuro. Pela estrada uma carroça amarela com um cavalo branco à frente e dois transeuntes atrasados. Muito romântico...mas creio que também muito característico para a Provença.» Vincent Van Gogh

O quarto de Van Gogh em Arles - 1889

«Desta vez é muito simplesmente o meu quarto, aqui tem de ser só a cor a fazer tudo; dando através da simplificação um maior estilo às coisas, deverá sugerir a ideia de calma ou muito naturalmente de sono. Em resumo, a presença do quadro deve acalmar a cabeça, ou melhor, a fantasia. As paredes violeta-pálido. O soalho é de azulejos vermelhos. A madeira da cama e das cadeiras é de amarelo de manteiga fresca. os lençóis e almofadas amarelo-limão. A janela é verde. A mesinha de toilete laranja; a bacia do lavatório azul. As portas lilázes. a moldura, como não há branco no quadro, será branca.» Vincent Van Gogh

Trabalho demasiado depressa?

«Quero já dizer-te de antemão que todo o mundo vai achar que trabalho demasiado depressa.

Não acredites em nada disso!

É antes a emoção, a sinceridade do sentir a natureza que nos conduz a mão. E quando esta emoção é por vezes tão forte que se trabalha sem se dar por isso - e quando as pinceladas por vezes se seguem rápidas e se ligam umas às outras como as palavras numa conversa ou numa carta -, então não se deve esquecer que nem sempre foi assim e que também no futuro muitos dias virão deprimentes e sem qualquer inspiração.»

Vincent Van Gogh

Seara com ciprestes - 1889

«Os ciprestes ocupam-me constantemente, gostaria de fazer deles alguma coisa semelhante às minhas pinturas de girassóis, pois admira-me que ainda não tenham sido pintados como eu os vejo. Nas linhas e nas proporções são tão bonitos como um obelisco egípcio. E o verde é um tom fino muito especial. É a mancha negra numa paisagem batida pelo sol, mas é um dos mais interessantes tons negros; todavia, não posso pensar em nenhum outro que seja mais difícil de obter. Tem de se ver os ciprestes aqui contra o azul, para dizer melhor, dentro do azul. » Vincent Van Gogh

Subsistir na vida...e na pintura...

«Eu posso muito bem subsistir na vida e tabém na pintura sem o bom Deus, mas eu, uma criatura sofredora, não posso subsistir sem aquilo que é maior do que eu, que é toda a minha vida - a força da criação... gostaria de pintar homens e mulheres com o certo eterno para o qual antigamente o símbolo era a auréola e que nós procuramos expressar pelo brilho, pela agitação trémula das nossas cores. Expressar o amor de um casal pelo casamento de duas cores complementares, pela sua mistura e contraste, pelo vibrar secreto de tonalidades aproximadas uma da outra. Expressar a inteligência de uma fronte através do brilho dum tom amarelo sobre um fundo escuro. Expressar a esperança através de uma estrela; a paixão de uma pessoa através de um pôr-de-sol- brilhante.» Vincent Van Gogh

A arlesiana: Madame Ginoux com livros - 1888

«Alegra-me imenso que diga ter gostado do retrato da arlesiana. Esforcei-me por me manter piamente fiel ao seu desenho, embora tivesse tomado a liberdade de, por meio da cor, o interpretar cuidadosamente e ao mesmo tempo manter o carácter e estilo simples do desenho. Isto é uma recapitulação da arlesiana, se assim quiser. Porque sínteses como esta da arlesiana são raras, então tome isto como um trabalho conjunto seu e meu, como o resultado dos meses do nosso trabalho em conjunto. Por meu lado, paguei-o com um mês de doença, mas sei que é um quadro que compreenderá, você, eu e outras raras pessoas compreendem, como desejamos que seja apreendido.» (Carta a Paul Gauguin) Vincent Van Gogh

Exterior de café, à noite, na Place du Forum em Arles - 1888

«Um café à noite, visto de fora. Na esplanada estão sentadas pequenas figuras a beber. Uma enorme lanterna amarela ilumina a esplanada, a frontaria da casa, o passeio, e lança luz até ao empedrado da rua que recebe uma tonalidade rosa-violeta. As fachadas das casas da rua, que se prolonga sob um céu estrelado, são em azul escuro ou violeta; em frente uma árvore verde. Aí tens um quadro da noite sem preto, só com azul bonito, e com violeta e verde, e neste ambiente o sítio iluminado torna-se num amarelo baço de enxofre e verde-limão.» Vincent Van Gogh

domingo, 12 de abril de 2015

Pelourinho de Avelar

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